sexta-feira, 24 de maio de 2013

Queria ter forças pra te dizer



Por muitas vezes já tentaram convencer-me a te esquecer. Ou ao menos começar a fazê-lo. O que ninguém  sabe, é que não consigo. Não por falta de vontade ou por não me esforçar para tal. É que você me preencheu de uma maneira que ninguém nunca conseguirá. E tudo o que consigo pensar é na falta que você me faz. Ou no quanto eu te faria ainda mais feliz, se você tivesse me permitido. Não sei se conseguiria te esquecer assim, como as pessoas me incentivam. Eu tenho meu tempo. Na verdade, cada um tem o seu.

Difícil mesmo é te encontrar toda semana, nossos olhos se cruzarem e só os meus brilharem, como uma tola. Meu olhar sorri ao te ver; ao ouvir sua voz; ao pensar em ti... São nesses momentos em que meu coração salta, impiedosamente, fazendo-me querer seus braços à minha volta, me protegendo do mal lá de fora. Me entreguei completamente à ti. Depositei toda minha confiança em você, que trucidou toda minha esperança.

Se, um dia, você me perguntasse como estou... Diria que estou bem. Mentiria e diria que não penso mais em ti. Mas em meus pensamentos, queria ter forças pra te dizer a verdade. Que não sei ser inteiramente completa sem você. Que toda noite agradeço por ter tido você por um tempo e que peço para que você volte. Queria ter forças pra te dizer: eu não esqueci você.

terça-feira, 14 de maio de 2013

Desde que você se foi



O relógio já marca duas da manhã de uma madrugada que eu não sei mais de que dia é. Perdi a conta depois de tantas lágrimas. Perdi a conta depois das noites mal dormidas. Perdi a conta depois de você. Ou melhor: tenho evitado contar, porque a saudade que ficou aqui independe do tempo. Tenho sonhado que tudo não passou de uma brincadeira e a qualquer hora você entrará pela porta e se desculpará.

Desculpa.

Eu sei que de brincadeira nunca teve nada. É só que uma parte de mim continua se iludindo de que tudo isso é um grande pesadelo. E, enquanto eu me iludo, o ponto do relógio circula e me faz lembrar que eu não vou acordar, correr para os seus braços e respirar aliviada. E aí dói de novo como na hora da notícia.

A parte forte de mim sabe bem que o que sobrou de você ficou em mim. E nas pessoas que você amava. E nas pessoas que ainda te amam. Os seus sorrisos, os seus olhares, os seus abraços, as suas palavras de carinho. Tudo ficou aqui, escancarado em nossas memórias, remoído em nossas lembranças, apertado em nossos corações. Aliás, fazer meu coração continuar batendo tem sido uma das tarefas mais difíceis desde que você se foi. Parece que você levou consigo o combustível que o mantinha saudável. Mas eu insisto. Continuo o deixando em atividade só para guardar você um pouco mais perto. E aí eu tento não desistir.

Eu tento não olhar o relógio, eu tento não questionar a vida, eu tento não me revoltar com todos. É que no fundo, hoje, eu queria tão pouco perto de tudo o que eu já quis. Eu já quis uma profissão legal, um casamento bonito, uma família maravilhosa. Eu já quis os melhores amigos, eu já quis saúde, eu já quis sucesso. Hoje, eu queria só você. Você e o seu sorriso, você e o seu jeito de dizer que me amava, você e a sua voz. Você só mais um dia. Só mais o abraço que ficou faltando, o beijo que eu jamais vou dar.

Mas como ainda não dá para te ter de novo, eu vou fazendo o que me resta: honrando a vida que você teve. Sabendo que você continua vivo em algum outro lugar mais lindo. Eu sei o que você diria se estivesse aqui: fica forte, vai em frente, eu quero te ver bem. É difícil, não vou mentir. Desculpa pela minha fraqueza. Pelas lágrimas que eu não evito. Pelo sofrimento que não afasto. Desculpa por estar de joelhos, por ter o coração quebrado, por ainda me questionar. Eu levanto daqui, eu juro.

Eu levanto e te honro. E continuo em frente. E cumpro a minha parte do acordo. Por tudo o que a gente sonhou, por tudo o que a gente sempre quis. Porque, hoje, ainda que eu permaneça muito tempo sem olhar os minutos que você não está, eu sei que você me olha de longe. Eu sei que quer ficar orgulhoso de mim. Eu sei que estará aqui todos os dias da minha vida. E eu vou fazer de tudo para você sorrir – aí, do seu lado do mundo, me olhando e cuidando de mim. 

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Quem sabe




Eu sinto sua falta. Sei que não deveria dizer isso, que seria melhor se eu continuasse fingindo que você não passou de um atraso de vida e que é melhor sem você, mas eu não consigo mais usar essa máscara ridícula. Eu sinto sim a sua falta e sinto muito por ter acabado, por ter restado apenas promessas quebradas, lembranças manchadas e fotos queimadas. Não vou dizer que faria tudo de novo, porque se, como via de regra, o final fosse se repetir, eu preferia nem entrar de novo em cena.

Doeu demais quando você me deixou alegando que não era bom o suficiente pra mim. Mas sim, você era (quando queria ser). Você unia todas as coisas que eu admirava e gostava em uma pessoa. Era carinhoso, engraçado, dono de um gosto musical incrível e tinha um perfume maravilhoso, fora as outras coisas que eu nem gosto de lembrar porque é ruim demais aceitar que eu te perdi pra uma coisa que eu nem sei o que é. Eu queria que você tivesse mudado de ideia naquela noite e tivesse voltado para os meus braços, como já era de costume, mas não foi isso que você fez. Eu sei, fui tola ao duvidar de todas aquelas coisas que você disse, mas eu nunca imaginei ouvir coisas tão grotescas de você, nunca, nunquinha mesmo. E é por isso que eu acho que nem te conheço mais desde aquela noite.

Desilusão dói, sabia? E doeu muito ter me desiludido a seu respeito. E dói ainda mais não saber se você era tudo aquilo que demonstrava ser enquanto estávamos juntos, ou se você é esse cafajeste que eu vejo passeando tranquilamente por aí acompanhado de garotas vazias e estúpidas. Quem é você? O que a gente viveu significou o que pra você? Nada? Diversão? Então foi tudo... Ilusão. As viagens, os finais de semana juntos olhando o pôr-do-sol em frente ao mar, os beijos (supostamente) recíprocos e apaixonados no sofá, as risadas, os elogios, as promessas de que nunca iria me esquecer. Foi tudo mera ilusão? Foi tudo tão banal a ponto de ser tão fácil jogar no lixo? Eu não sei as suas respostas, mas pra mim foi tudo de verdade. Enquanto durou foi sincero. Agora você pode até dizer que pra você eu fui só mais uma, mas no fundo eu sei que eu fui a única da sua vida. Sua boca mente agora, mas seus olhos não mentiam pra mim quando estávamos só nós, a sós. 

Embora nada disso importe mais, eu precisava te contar. Quem sabe um dia você me encontre em algum bar refeita e curada de você, sem mais nenhuma gota sequer do seu veneno correndo pelas minhas veias. Quem sabe um dia eu me cure dessa doença chamada amar-você. Quem sabe um dia eu não precise mais usar máscaras e consiga, finalmente, aceitar essa dor e matar ela.E matar você em mim. E matar as nossas lembranças. E finalmente te esquecer e seguir em frente, como já deveria ter feito a muito tempo.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Enquanto isso




Aqui dentro ainda bate um coração machucado. Ferido por ter sido esquecido, por ter sido deixado de lado. Ele não é um inteiro. Necessita de um complemento e por certo tempo o teve. Sua outra metade dançava conforme a música e os dois pulsavam no mesmo compasso. Riam e sorriam na mesma intensidade. Compartilhavam os mesmos gostos, alguns mesmos pensamentos. Tinham a convicção de que caminhariam juntos por anos e anos. O que ele não esperava era que os dias alegres cessariam tão precocemente. E sem aviso prévio, seus dias se tornariam cinzentos, lacrimosos, nostálgicos. Para quem ele contaria sobre seu dia? Para quem ele falaria coisas banais, só para receber uma risada em troca? Para quem ele provaria que o que sente é amor?

Pois saiba que esse amor não acabará. Continuará intacto, de onde paramos. Se sentir falta do meu abraço, te receberei com eles abertos. Se sentir falta de enroscar suas mãos nas minhas, te receberei com elas estendidas. Caso você não encontre o que procura, caso sinta falta do que tinha antes, caso mude de opinião... Estarei esperando, caso você anseie voltar ao que tínhamos antes. Enquanto isso, durmo com o Alfredo para suprir sua ausência.

terça-feira, 7 de maio de 2013

Preciso de um psicólogo




Não sei como você lida com esse sentimento, e eu ainda não sei como lidar. É esquisito, desconhecido, complexo. Mas ele não é só isso. É também bom, duradouro, intenso, mágico. Qualquer um pode sentir: basta querer. Você pode até acreditar que ele te machuca, mas não é isso que acontece. Quem te machuca é você mesmo, querendo acreditar em algo que não é de verdade. Algo inventado não faz bem à sua cabeça. Esse problema eu não tenho. Sabe por quê? Eu sinto algo grandioso por um certo alguém. Estou certa de que é amor. E esse certo alguém também sente algo grandioso por mim. O amor que eu sinto por ti é tão imenso e inexplicável. É esse tipo de amor do qual falo. Um amor pra vida toda.
Começou brando e logo foi se intensificando. Não, não estou reclamando, só estou analisando. É tudo muito novo pra mim. Eu nunca senti isso antes, dessa maneira. Muitas vezes não sei como agir e tenho medo, muito medo. Você me pergunta: medo de quê? E eu te respondo: medo de ser intensa demais e te repelir de alguma maneira. Tenho medo de errar e te perder. Sim, erros são comuns. Não sei como te explicar de que erros exatamente estou falando. O que sei é que meu chão desabaria se algo de ruim entre nós acontecesse. Você pode até se indagar sobre o porquê de eu ficar imaginando o que de ruim pode acontecer... É que depois de algumas experiências amorosas ruins e mal sucedidas eu sempre imagino que há algo de errado comigo. Acho que preciso de um psicólogo então.

Eu quero um amor de pinguim




Um amor que dure a vida toda. Um amor puro e verdadeiro. Um amor que frutifique. Eu quero um amor de pinguim. Um amor de fidelidade e lealdade. Um amor que ultrapasse as tempestades, as intempéries, as distâncias. Um amor que ano após ano retorne para me encontrar no mesmo lugar. Que seja diferente todos os dias e que reforce dia após dia suas convicções. Eu quero um amor de pinguim. Um amor que apesar de toda dificuldade, sempre retorna para o ser amado. Um amor simples e sem grandes pretensões mas que é grandioso apenas por ser amor. Eu quero um amor de pinguim.
Um amor que colabora, que inspira, que encoraja. Um amor que divide, que soma, que jamais subtrai. Um amor que não foge das dificuldades mas que as enfrenta junto ao ser amado. Eu quero um amor de pinguim. Um amor que em dias frios seja capaz de aquecer meus pés, que em dias quentes consiga refrescar minha alma, que nos dias amenos coloque vida em minha vida. Eu quero um amor de pinguim. Um amor eterno. Um amor imenso. Um amor assim, feito um amor de pinguim…

(Autor desconhecido)

Eu teria amado você


Eu teria amado você. Das seis da manhã até a meia noite. E durante meu sono, nos sonhos que você nunca deixou de aparecer. Eu teria amado você. Com suas olheiras e seu mau-humor matinal. As palavras grosseiras, a cara amarrada, os pedidos de silêncio. Nada disso teria importado. Ainda assim, eu teria amado você. De segunda a sexta-feira. Nos sábados de balada. E até nos domingos infernais. Eu teria amado você assistindo aos seus jogos de futebol ou até vendo Faustão.
Eu teria amado você quando você dissesse que ainda não me amava. Ou quando tivesse medo de se jogar de cabeça em uma relação. Eu teria amado você quando fugisse de mim, sem saber se era mesmo isso que queria para sua vida. E também quando voltasse, por saber que uma parte de mim já tinha ficado aí dentro. Eu teria amado você cada vez que deitasse ao meu lado, me abraçasse ou ficasse em silêncio sem saber o que dizer.
Eu teria amado você quando você olhasse para o lado. Quando visse uma mulher bonita passando e não conseguisse disfarçar. Eu teria amado você até nas nossas brigas. No seu jeito imaturo de levar um namoro. Nas verdades que jogaria na minha cara sem ter medo de quebrar meu coração. Eu te perdoaria. Porque eu teria amado você até quando você me magoasse.
Eu teria amado você com a sua cara amarrada. Com suas frases secas. E suas respostas monossilábicas. Eu teria amado você quando você ainda nem soubesse que o que eu sentia era amor. Eu teria amado você com suas falhas, seus erros, seus medos e seus traumas. Eu teria amado você inteiro, sem que você nem tivesse pedido.
Bastava que você tivesse escolhido ficar, e eu teria amado você. E se você quisesse, eu poderia ter te amado para sempre. Se você não tivesse ido, eu poderia ter amado você. E teria deixado de fingir que, em silêncio, mesmo sem você nunca ter ficado, eu amei você sempre. E ainda te amo.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Eu me doou demais

Eu me doou demais, por isso esse peso. Por vezes gostaria que as pessoas percebessem isso e tivessem mais respeito, consideração, carinho, outras vezes eu desejo não me importar tanto. 

Eu tenho problema de insegurança. Eu sei que sim, e sei também que ninguém vai resolvê-lo por mim.

Eu sou o primeiro e último em tudo que eu faço. O primeiro e o último a me cobrar, a me decepcionar, a me achar incapaz, a me odiar e a me achar feio, em todos os sentidos. É uma relação estranha e complicada, mas no final, não sei... essa força que vem de outras gerações é que me move e por vezes eu quis tanto desistir e parar. A gente cansa um dia.

Cansa de tentar, de ir atrás, de querer, de sonhar, de desejar. A única vontade é ficar entorpecido, sem sentir, sem escutar, sem falar, sem pensar. Silêncio.