sábado, 7 de setembro de 2013

Aos poucos

Aqui estou, sentada no seu quarto, assistindo nosso seriado favorito, sozinha. Você está aqui ao lado sem nem prestar atenção. Maldito whatsapp! Te conto sobre o que acabou de acontecer no episódio e você nem se importa. Diz que não quer saber de spoilers. Tentando me defender, digo "Não estaria contando se você estivesse assistindo comigo". E olha que era exatamente o que tínhamos combinado de fazer a tarde toda.

Acabei tendo que almoçar com minha familia, mas disse que estaria de volta para continuarmos de onde pararíamos. Você vira pra mim e diz que uma tal de Julia havia te convidado para ir não sei onde, fazer não sei o quê e comer em algum lugar. "Mas e a nossa tarde?" pensei. Deixa, não importa mais. Você se levanta e vai se trocar no banheiro. Mais cinco minutos e o episódio acaba. Você nem imagina o que aconteceu!

Recebo uma mensagem de minha mãe, avisando que estava chegando para me buscar. Você continua no banheiro. Levanto, despeço-me de sua mãe - ambas com o olhar triste pois você estava saindo. Chego a porta, dou uma batida e digo "Estou indo...". Você responde algo que não entendo e agradeço por não ter ouvido, só não sei o porquê. Ponho minha bolsa no ombro e saio.

Sinto que estou te perdendo. Aos poucos. Mas isso não deveria acontecer. Somos melhores amigas, somos irmãs. Por enquanto, nada está como antes. Queria que as coisas voltassem a ser como eram. Sem imprevistos, sem compromissos diários e sem as pessoas que, ultimamente, te tomam de mim. Isso não deveria acontecer. E essa dor, com medo de te perder, não cabe em mim. Volta, amiga! 

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Diário de Voluntário - sobre sorrisos, lágrimas e saudade.


 Há quem pense que foram só 6 dias, mas foi muito mais que isso. Foi uma longa preparação física, mental e espiritual. Foi a Pré-Jornada, a Jornada e muitos outros momentos entre uma programação e outra, vividos juntamente com as pessoas que amo e que são minha segunda família.

Momentos únicos que não esquecerei jamais. Para mim, tudo começou com uma simples inscrição, o primeiro passo. Logo depois vieram as preocupações em não conseguir oficializar-me como voluntária por problemas no sistema. Por fim, tudo deu certo!
O tempo foi avançando e a ansiedade aumentando. Sentia que a JMJ estava no ar quando pude voluntariar pela primeira vez como Ponto de Informação no metrô do Largo do Machado. Por lá, centenas de pessoas passavam de hora em hora e muitos sorrisos nos eram dirigidos. Irmãos passavam com duas bandeiras e suas cantorias, contagiando À todos de fora. Sim, os voluntários internacionais e os de fora do RJ estavam, enfim, chegando. Por fim, inesperadamente, fui convidada a outro cargo e tudo mudou.
De "moça das informações" à "equipe de hospedagem" da JMJ. Foram-me confiados os Peregrinos que chegariam para nossa Paróquia, com isso vieram maiores responsabilidades. Enquanto achávamos que o sistema não fluia bem acabamos nos desesperando um pouco. Mas nada que várias cabeças pensantes para tudo funcionar bem. Com loucas planilhas, folhas a4 espalhadas pela sala e muitos telefonemas de "Olá, seu peregrino chegou!" tudo deu certo! E Deus nos ajudou bastante.
Os eventos centrais com o Papa Francisco estavam próximos e o Rio de Janeiro estava lindo, bem colorido com pessoas, culturas e bandeiras de todo canto. Confirmada como motoqueira no meio "artístico", me dirigi à Copacabana com meu amigo Silvio para começar os preparativos da Via Sacra. Debaixo de sol, sentindo um pouco de dor nas pernas, esperávamos nossas credenciais. E não imaginávamos que nos fim seria tão recompesador. Almoço com outros artistas voluntários, caminhada até nossa "IX ESTAÇÃO" e um encontro abençoado com nossos camaradas cadeirantes. Sorrisos pra lá, risadas pra cá, a ansiedade nos tomava conta. Afinal, antes de nossa "atuação" nosso querido Francisco passaria em seu papamóvel na nossa frente. Finalmente chegava a hora, e a comitiva se aproximava. Esperávamos ansiosos para fazer nosso gesto combinado de pedir a benção para depois levá-la ao coração. O carro se aproxima e nosso Santo Padre beija uma criança do outro lado da pista. Ele se vira para nós e quando vê-nos com a mão estendida aguardando sua benção... acontece o inesperado: um gesto com a mãos, uma ordem e o carro pára! Ele se vira, desce do papamóvel e vem ao nosso encontro. E que encontro! Abençoa os cadeirantes e nós motoqueiros, um a um. Quando tenho sua mão na minha não consigo mais segurar a vontade de beijá-la e o faço. E as lágrimas? Ah, essas já haviam rolado há muito tempo. Foram um olhar, um sorriso e uma mão enrugadinha que marcarão minha vida para sempre.
Mas não tinha acabado não! Estava ali para a Via Sacra, então segura o choro aí Luana, que tudo tem que continuar. É chegada a nossa hora e meu coração acelera pois milhões de pessoas nos viam. Fizemos a nossa parte e saí dali certa de que o Senhor nunca me abandona. No fim da noite reencontramos nossos amigos para completar nossa felicidade do dia.
Chegava o dia da Vigília (transferida do Campus Fidei, em Guaratiba para a Praia de Copacabana). Kit Vigília em mãos, depois de tudo combinado com os amigos, partimos para o local em que iríamos participar de mais momentos maravilhosos. Ao chegar, dispomos nossos pertences "marcando território" (afinal, passaríamos o restante do dia e a noite lá). Entre uma torrada e outra (ou um enlatado de atum e outro), trocávamos experiências e já recordações e momentos dos dias passados. A noite chegava e com ela o friozinho. Papamóvel já a caminho do palco, a multidão gritava e aclamava o Santo Padre por onde ele passava.
Em sua chegada ao palco, belas foram suas palavras (como sempre) e dava-se início à nossa Adoração ao Santíssimo exposto. E como chorei. Minha primeira Vigília em 19 anos de vida e ainda mais de uma maneira tão especial. A emoção tomou conta de mim e a cada segundo minha fé era aumentada. Silenciosamente minha mente trabalhava e meu coração era acalentado pela presença Dele. Foi, com toda certeza, a melhor noite de minha vida.
Cansados e sonolentos, a vontade de fazer xixi nos dominava e o frio, por sua vez, também. Porém, a felicidade era maior e o sorriso verdadeiro de cada um presente enchia meu coração de satisfação. Em meio a conversas, piadas e até brincadeiras para passar o tempo tinha ali a certeza de que finalmente encontrei meu lugar.
Os 45 minutos de fila para ir ao banheiro, o frio constante, o sono e a vontade de um arroz com feijão não foram suficientes para acabar com minha alegria. Dura foi a noite, levando muitos à serem socorridos com hipotermia. A madrugava chegava e todos dormiam. Ouvi sussurrarem meu nome e fui checar. Minha amiga Carol tremia dos pés à cabeça e eu não tinha certeza do que fazer. Pedi para ela se levantar e ir deitar comigo, em meu saco de dormir. Graças a Deus, tudo ficou bem e a noite da Carol foi quentinha e melhor. Minha ajuda foi simples, mas a Carol a tornou mais especial ainda.
Acordar na praia, vendo novamente a felicidade de cada um, foi maravilhoso. Iniciada a Missa de Envio, resolvemos levantar acampamento pois tinhamos um outro destino dali umas horas. Papa Francisco continuava com suas ricas palavras enquanto caminhávamos em direção à Ipanema para pegarmos uma condução para o Riocentro. Próxima parada: Encontro do Papa Francisco com os voluntários. No meio do nosso caminho a sede da próxima Jornada foi revelada... Cracóvia, na Polônia. Alegres, gritávamos "Polônia, Polônia" aos quatro cantos, já fazendo planos para 2016.
Chegando ao Riocentro, mais uma fila (surpreendidos por filas não éramos mais, já as esperávamos). Em uma hora, mais ou menos, veríamos o Santo Padre um pouco mais perto que antes e a alegria aumentava. Chegada a hora, no telão aprece seu helicóptero nos mostrando que ele estava a caminho. Em sua chegada, gritos e aplausos eram dados e "Esta és la juventud del Papa" era ouvida em uníssono. Como sempre, Francisco nos surpreende com um discurso atual, direcionado aos jovens. “Vocês provaram que a maior alegria é dar do que receber”, disse ele.
A volta para casa foi tranquila e animada. O cansaço chegava, mas o sentimento de dever cumprido também juntamente com a alegria.
Esses dias foram os mais felizes da minha vida. Conheci pessoas de todo canto do mundo. Umas tive o prazer de estar junto em mais tempo que outras. Conheci irmãos em Cristo que nunca mais esquecerei. Reencontrei amigos. Vivi momentos especiais com meus amigos verdadeiros. Pessoas que estarão para sempre em meu coração. Que me proporcionaram ótimos momentos. Que me deram o maior presente do mundo: poder compartilhar o amor de Deus.
Agradeço à todos que estiveram presentes nos melhores momentos de minha vida (aos que estiveram em persona e aos em pensamento, coração e oração também).
Muito obrigada! Que Deus nos abençoe sempre!

Certificado de Voluntariado

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Queria ter forças pra te dizer



Por muitas vezes já tentaram convencer-me a te esquecer. Ou ao menos começar a fazê-lo. O que ninguém  sabe, é que não consigo. Não por falta de vontade ou por não me esforçar para tal. É que você me preencheu de uma maneira que ninguém nunca conseguirá. E tudo o que consigo pensar é na falta que você me faz. Ou no quanto eu te faria ainda mais feliz, se você tivesse me permitido. Não sei se conseguiria te esquecer assim, como as pessoas me incentivam. Eu tenho meu tempo. Na verdade, cada um tem o seu.

Difícil mesmo é te encontrar toda semana, nossos olhos se cruzarem e só os meus brilharem, como uma tola. Meu olhar sorri ao te ver; ao ouvir sua voz; ao pensar em ti... São nesses momentos em que meu coração salta, impiedosamente, fazendo-me querer seus braços à minha volta, me protegendo do mal lá de fora. Me entreguei completamente à ti. Depositei toda minha confiança em você, que trucidou toda minha esperança.

Se, um dia, você me perguntasse como estou... Diria que estou bem. Mentiria e diria que não penso mais em ti. Mas em meus pensamentos, queria ter forças pra te dizer a verdade. Que não sei ser inteiramente completa sem você. Que toda noite agradeço por ter tido você por um tempo e que peço para que você volte. Queria ter forças pra te dizer: eu não esqueci você.

terça-feira, 14 de maio de 2013

Desde que você se foi



O relógio já marca duas da manhã de uma madrugada que eu não sei mais de que dia é. Perdi a conta depois de tantas lágrimas. Perdi a conta depois das noites mal dormidas. Perdi a conta depois de você. Ou melhor: tenho evitado contar, porque a saudade que ficou aqui independe do tempo. Tenho sonhado que tudo não passou de uma brincadeira e a qualquer hora você entrará pela porta e se desculpará.

Desculpa.

Eu sei que de brincadeira nunca teve nada. É só que uma parte de mim continua se iludindo de que tudo isso é um grande pesadelo. E, enquanto eu me iludo, o ponto do relógio circula e me faz lembrar que eu não vou acordar, correr para os seus braços e respirar aliviada. E aí dói de novo como na hora da notícia.

A parte forte de mim sabe bem que o que sobrou de você ficou em mim. E nas pessoas que você amava. E nas pessoas que ainda te amam. Os seus sorrisos, os seus olhares, os seus abraços, as suas palavras de carinho. Tudo ficou aqui, escancarado em nossas memórias, remoído em nossas lembranças, apertado em nossos corações. Aliás, fazer meu coração continuar batendo tem sido uma das tarefas mais difíceis desde que você se foi. Parece que você levou consigo o combustível que o mantinha saudável. Mas eu insisto. Continuo o deixando em atividade só para guardar você um pouco mais perto. E aí eu tento não desistir.

Eu tento não olhar o relógio, eu tento não questionar a vida, eu tento não me revoltar com todos. É que no fundo, hoje, eu queria tão pouco perto de tudo o que eu já quis. Eu já quis uma profissão legal, um casamento bonito, uma família maravilhosa. Eu já quis os melhores amigos, eu já quis saúde, eu já quis sucesso. Hoje, eu queria só você. Você e o seu sorriso, você e o seu jeito de dizer que me amava, você e a sua voz. Você só mais um dia. Só mais o abraço que ficou faltando, o beijo que eu jamais vou dar.

Mas como ainda não dá para te ter de novo, eu vou fazendo o que me resta: honrando a vida que você teve. Sabendo que você continua vivo em algum outro lugar mais lindo. Eu sei o que você diria se estivesse aqui: fica forte, vai em frente, eu quero te ver bem. É difícil, não vou mentir. Desculpa pela minha fraqueza. Pelas lágrimas que eu não evito. Pelo sofrimento que não afasto. Desculpa por estar de joelhos, por ter o coração quebrado, por ainda me questionar. Eu levanto daqui, eu juro.

Eu levanto e te honro. E continuo em frente. E cumpro a minha parte do acordo. Por tudo o que a gente sonhou, por tudo o que a gente sempre quis. Porque, hoje, ainda que eu permaneça muito tempo sem olhar os minutos que você não está, eu sei que você me olha de longe. Eu sei que quer ficar orgulhoso de mim. Eu sei que estará aqui todos os dias da minha vida. E eu vou fazer de tudo para você sorrir – aí, do seu lado do mundo, me olhando e cuidando de mim. 

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Quem sabe




Eu sinto sua falta. Sei que não deveria dizer isso, que seria melhor se eu continuasse fingindo que você não passou de um atraso de vida e que é melhor sem você, mas eu não consigo mais usar essa máscara ridícula. Eu sinto sim a sua falta e sinto muito por ter acabado, por ter restado apenas promessas quebradas, lembranças manchadas e fotos queimadas. Não vou dizer que faria tudo de novo, porque se, como via de regra, o final fosse se repetir, eu preferia nem entrar de novo em cena.

Doeu demais quando você me deixou alegando que não era bom o suficiente pra mim. Mas sim, você era (quando queria ser). Você unia todas as coisas que eu admirava e gostava em uma pessoa. Era carinhoso, engraçado, dono de um gosto musical incrível e tinha um perfume maravilhoso, fora as outras coisas que eu nem gosto de lembrar porque é ruim demais aceitar que eu te perdi pra uma coisa que eu nem sei o que é. Eu queria que você tivesse mudado de ideia naquela noite e tivesse voltado para os meus braços, como já era de costume, mas não foi isso que você fez. Eu sei, fui tola ao duvidar de todas aquelas coisas que você disse, mas eu nunca imaginei ouvir coisas tão grotescas de você, nunca, nunquinha mesmo. E é por isso que eu acho que nem te conheço mais desde aquela noite.

Desilusão dói, sabia? E doeu muito ter me desiludido a seu respeito. E dói ainda mais não saber se você era tudo aquilo que demonstrava ser enquanto estávamos juntos, ou se você é esse cafajeste que eu vejo passeando tranquilamente por aí acompanhado de garotas vazias e estúpidas. Quem é você? O que a gente viveu significou o que pra você? Nada? Diversão? Então foi tudo... Ilusão. As viagens, os finais de semana juntos olhando o pôr-do-sol em frente ao mar, os beijos (supostamente) recíprocos e apaixonados no sofá, as risadas, os elogios, as promessas de que nunca iria me esquecer. Foi tudo mera ilusão? Foi tudo tão banal a ponto de ser tão fácil jogar no lixo? Eu não sei as suas respostas, mas pra mim foi tudo de verdade. Enquanto durou foi sincero. Agora você pode até dizer que pra você eu fui só mais uma, mas no fundo eu sei que eu fui a única da sua vida. Sua boca mente agora, mas seus olhos não mentiam pra mim quando estávamos só nós, a sós. 

Embora nada disso importe mais, eu precisava te contar. Quem sabe um dia você me encontre em algum bar refeita e curada de você, sem mais nenhuma gota sequer do seu veneno correndo pelas minhas veias. Quem sabe um dia eu me cure dessa doença chamada amar-você. Quem sabe um dia eu não precise mais usar máscaras e consiga, finalmente, aceitar essa dor e matar ela.E matar você em mim. E matar as nossas lembranças. E finalmente te esquecer e seguir em frente, como já deveria ter feito a muito tempo.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Enquanto isso




Aqui dentro ainda bate um coração machucado. Ferido por ter sido esquecido, por ter sido deixado de lado. Ele não é um inteiro. Necessita de um complemento e por certo tempo o teve. Sua outra metade dançava conforme a música e os dois pulsavam no mesmo compasso. Riam e sorriam na mesma intensidade. Compartilhavam os mesmos gostos, alguns mesmos pensamentos. Tinham a convicção de que caminhariam juntos por anos e anos. O que ele não esperava era que os dias alegres cessariam tão precocemente. E sem aviso prévio, seus dias se tornariam cinzentos, lacrimosos, nostálgicos. Para quem ele contaria sobre seu dia? Para quem ele falaria coisas banais, só para receber uma risada em troca? Para quem ele provaria que o que sente é amor?

Pois saiba que esse amor não acabará. Continuará intacto, de onde paramos. Se sentir falta do meu abraço, te receberei com eles abertos. Se sentir falta de enroscar suas mãos nas minhas, te receberei com elas estendidas. Caso você não encontre o que procura, caso sinta falta do que tinha antes, caso mude de opinião... Estarei esperando, caso você anseie voltar ao que tínhamos antes. Enquanto isso, durmo com o Alfredo para suprir sua ausência.

terça-feira, 7 de maio de 2013

Preciso de um psicólogo




Não sei como você lida com esse sentimento, e eu ainda não sei como lidar. É esquisito, desconhecido, complexo. Mas ele não é só isso. É também bom, duradouro, intenso, mágico. Qualquer um pode sentir: basta querer. Você pode até acreditar que ele te machuca, mas não é isso que acontece. Quem te machuca é você mesmo, querendo acreditar em algo que não é de verdade. Algo inventado não faz bem à sua cabeça. Esse problema eu não tenho. Sabe por quê? Eu sinto algo grandioso por um certo alguém. Estou certa de que é amor. E esse certo alguém também sente algo grandioso por mim. O amor que eu sinto por ti é tão imenso e inexplicável. É esse tipo de amor do qual falo. Um amor pra vida toda.
Começou brando e logo foi se intensificando. Não, não estou reclamando, só estou analisando. É tudo muito novo pra mim. Eu nunca senti isso antes, dessa maneira. Muitas vezes não sei como agir e tenho medo, muito medo. Você me pergunta: medo de quê? E eu te respondo: medo de ser intensa demais e te repelir de alguma maneira. Tenho medo de errar e te perder. Sim, erros são comuns. Não sei como te explicar de que erros exatamente estou falando. O que sei é que meu chão desabaria se algo de ruim entre nós acontecesse. Você pode até se indagar sobre o porquê de eu ficar imaginando o que de ruim pode acontecer... É que depois de algumas experiências amorosas ruins e mal sucedidas eu sempre imagino que há algo de errado comigo. Acho que preciso de um psicólogo então.

Eu quero um amor de pinguim




Um amor que dure a vida toda. Um amor puro e verdadeiro. Um amor que frutifique. Eu quero um amor de pinguim. Um amor de fidelidade e lealdade. Um amor que ultrapasse as tempestades, as intempéries, as distâncias. Um amor que ano após ano retorne para me encontrar no mesmo lugar. Que seja diferente todos os dias e que reforce dia após dia suas convicções. Eu quero um amor de pinguim. Um amor que apesar de toda dificuldade, sempre retorna para o ser amado. Um amor simples e sem grandes pretensões mas que é grandioso apenas por ser amor. Eu quero um amor de pinguim.
Um amor que colabora, que inspira, que encoraja. Um amor que divide, que soma, que jamais subtrai. Um amor que não foge das dificuldades mas que as enfrenta junto ao ser amado. Eu quero um amor de pinguim. Um amor que em dias frios seja capaz de aquecer meus pés, que em dias quentes consiga refrescar minha alma, que nos dias amenos coloque vida em minha vida. Eu quero um amor de pinguim. Um amor eterno. Um amor imenso. Um amor assim, feito um amor de pinguim…

(Autor desconhecido)

Eu teria amado você


Eu teria amado você. Das seis da manhã até a meia noite. E durante meu sono, nos sonhos que você nunca deixou de aparecer. Eu teria amado você. Com suas olheiras e seu mau-humor matinal. As palavras grosseiras, a cara amarrada, os pedidos de silêncio. Nada disso teria importado. Ainda assim, eu teria amado você. De segunda a sexta-feira. Nos sábados de balada. E até nos domingos infernais. Eu teria amado você assistindo aos seus jogos de futebol ou até vendo Faustão.
Eu teria amado você quando você dissesse que ainda não me amava. Ou quando tivesse medo de se jogar de cabeça em uma relação. Eu teria amado você quando fugisse de mim, sem saber se era mesmo isso que queria para sua vida. E também quando voltasse, por saber que uma parte de mim já tinha ficado aí dentro. Eu teria amado você cada vez que deitasse ao meu lado, me abraçasse ou ficasse em silêncio sem saber o que dizer.
Eu teria amado você quando você olhasse para o lado. Quando visse uma mulher bonita passando e não conseguisse disfarçar. Eu teria amado você até nas nossas brigas. No seu jeito imaturo de levar um namoro. Nas verdades que jogaria na minha cara sem ter medo de quebrar meu coração. Eu te perdoaria. Porque eu teria amado você até quando você me magoasse.
Eu teria amado você com a sua cara amarrada. Com suas frases secas. E suas respostas monossilábicas. Eu teria amado você quando você ainda nem soubesse que o que eu sentia era amor. Eu teria amado você com suas falhas, seus erros, seus medos e seus traumas. Eu teria amado você inteiro, sem que você nem tivesse pedido.
Bastava que você tivesse escolhido ficar, e eu teria amado você. E se você quisesse, eu poderia ter te amado para sempre. Se você não tivesse ido, eu poderia ter amado você. E teria deixado de fingir que, em silêncio, mesmo sem você nunca ter ficado, eu amei você sempre. E ainda te amo.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Eu me doou demais

Eu me doou demais, por isso esse peso. Por vezes gostaria que as pessoas percebessem isso e tivessem mais respeito, consideração, carinho, outras vezes eu desejo não me importar tanto. 

Eu tenho problema de insegurança. Eu sei que sim, e sei também que ninguém vai resolvê-lo por mim.

Eu sou o primeiro e último em tudo que eu faço. O primeiro e o último a me cobrar, a me decepcionar, a me achar incapaz, a me odiar e a me achar feio, em todos os sentidos. É uma relação estranha e complicada, mas no final, não sei... essa força que vem de outras gerações é que me move e por vezes eu quis tanto desistir e parar. A gente cansa um dia.

Cansa de tentar, de ir atrás, de querer, de sonhar, de desejar. A única vontade é ficar entorpecido, sem sentir, sem escutar, sem falar, sem pensar. Silêncio.

segunda-feira, 29 de abril de 2013




Abro a janela da nossa conversa e pergunto. Pergunto o que quero saber. Ainda tenho medo da resposta. Ouço o toque da notificação. Não quero ler. Agora é tarde, já cliquei em "ver". Como sempre, a resposta não é como eu esperava. Sua economia nas palavras me deixa transtornada.


Como posso me entregar por inteiro e não receber o mesmo?


Seus pensamentos me intrigam, suas atitudes me enlouquecem. Por enquanto nada mais importa, ou melhor, nada mais deve importar. Talvez esse seja nosso fim. Ou então um recomeço. Só sei que não devo alimentar a esperança que sempre tive.


Entregue-se para mim? Me deixe te amar e me ame como você fez um dia?

terça-feira, 23 de abril de 2013

Nosso lugar



Estou naquele mesmo lugar, em mais uma noite de pescaria. Aquele mesmo lugar onde uma vez viemos e nada me preocupava. Naquela mesma mureta onde alguns repousam suas varas e outros se beijam apaixonados.

De onde estou, olho para a areia, por onde caminhamos certa vez, nos abraçamos sob o luar, dissemos coisas bonitas um para o outro e nos beijamos como se não houvesse amanhã.

Porém hoje está frio, e o meu casaco vermelho não esquenta como seus braços, mesmo que magros, fariam se você estivesse comigo agora.

As histórias aqui contadas não são interessantes quanto as que você me conta e as risadas que dou não chegam até meu coração.

Ouvindo músicas de amor, olho para a lua e me recordo de você. Mas não somente lembro-me de ti agora. A sua imagem me vem à mente a cada segundo do meu dia.

Estou naquele mesmo lugar, nosso lugar. Mas, hoje, você não está aqui.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Os planos que a gente faz (e desfaz)



Amar dói. Cada parezinha do corpo. Como se existisse mais de um coração batendo ali dentro. É uma febre. Uma febre que queima de dentro para fora. Um jeito que o organismo encontrou para avisar sobre a existência de um invasor desconhecido. ”Ei, tem alguém querendo ocupar o espaço da sua felicidade. Não, espera, parece que ele só quer protegê-la. Multiplicá-la. Acaricia-la quando tudo aí fora estiver desmoronando.” Isso, meus caros, é amor.
É um milagre, mas só isso não basta. Nunca bastou. Até onde eu sei, dizer palavras bonitas e ganhar cafuné antes de dormir não é nenhum tipo de desafio. E amar é o maior desafio que nós enfrentamos enquanto humanos, nesse mundo. É complexo. Porque trabalhar oito horas por dia é cansativo. Estudar cinco dias por semana é um saco. Já para suportar um sentimento nobre e real dentro do peito, não existe hora. Muito menos férias ou feriado. Ele está dentro de você. Do momento em que abre os olhos ao momento em que finalmente consegue vencer a insônia. Alguns dias, também dá as caras nos sonhos. E nos pesadelos.
O amor vem dentro de uma pequena caixa.  Vem acompanhado. Com ciúmes, a insegurança e a intimidade. Cada pessoa abre de um jeitinho diferente. Alguns gritam e compartilham com o mundo. Outros jogam o pacote longe e correm o mais rápido que pudem. Os corajosos que se arriscam e vão em frente, precisam de uma espécie de manual para usá-lo da maneira correta. Não é um papel que vem junto ou pode ser encontrado no google. São leis que nascem com a gente. Admiração, respeito e honestidade. Sem ele a caixa não vale para nada. Talvez para alcançar alguma coisa. Para ocupar um espaço vazio. Mas no final das contas, é só uma caixa maciça e sem valor.
O amor não gosta de contratos. Alianças de ouro não servem como moeda de troca. Ele não dá a mínima para cor, idade ou classe social. Se tentar, vai ver que é impossível obrigar alguém a entender e aceitar um sentimento. Também, se despedaçado, não volta jamais a ser como antes. As feridas não cicatrizam, elas param de doer. Mas as marcas ficam lá. Como queimaduras que jamais deixaram de despertar lembranças ruins. Ou se você olhar de um outro jeito, necessárias.
Promessas não garantem um final feliz, pleno e definitivo. Cada pessoa tem seu tempo e o amor não dá a mínima para o ponteiro do relógio. Passam dias, passam meses e os planos? Fazem e se desfazem o tempo todo. Por bem, ou para o bem. Já você, minha querida, continua inteira. Portanto, trate já de fechar essa caixa vazia e guardar pertinho das outras.  A felicidade logo se acostuma com o espaço que sempre teve.